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Crítica: Astronauta - Entropia

Atualizado: 23 de mai. de 2023

Perdidos no espaço sideral!


Por: Iuri Biagioni Rodrigues


Astronauta Entropia foi lançado em 2018 e é o quarto álbum da série das Graphics MSP do Astronauta. Danilo Beyruth (roteiro e arte) e Cris Peter (cores) continuam a saga iniciada em 2012 com Astronauta Magnetar.


Já adianto que, na minha opinião, este volume é o mais fraco dentre os analisados até o momento. Porém, isso não quer dizer que a história é ruim, pelo contrário. Penso que Entropia tinha potencial para ser muito melhor. Dito isso, passemos para um breve resumo e análise da HQ.


Na sequência dos eventos de Assimetria, o quadrinho mostra como é a relação entre Astronauta e sua nova companheira de viagem, Isabel, a filha do Astronauta de uma realidade paralela. Também vemos os desafios enfrentados pela dupla.


Astro começa a refletir em como seria a sua vida se ele tivesse conciliado seu amor por Ritinha e a vida no espaço assim como sua versão mais velha de outra dimensão fez. Isa pensa que nunca mais irá encontrar com seus pais.


O protagonista prometeu que levaria a garota de volta para seus pais, mas não tem a menor ideia de como fazer isso, pois vemos que Astro e Isa estão perdidos no espaço. Durante a jornada, eles vão parar no "Sargaço Espacial", uma espécie de estação espacial formada por um amontoado de naves.


Um espetáculo visual! Cortesia do excelente traço de Beyruth e das belíssimas cores de Cris Peter

O Sargaço está localizado num Ponto de Langrange entre duas estrelas. Pontos de Lagrange são locais entre a órbita de dois corpos no espaço onde os campos gravitacionais dos dois se anulam, pois as forças gravitacionais das massas cancelam a aceleração centrípeta. Este fenômeno foi definido pelo matemático italiano Joseph-Louis de Lagrange. Por que estou falando disso? Bom, em todos os volumes anteriores, Beyruth trouxe algum fenômeno astronômico que é importante para a história como o Magnetar (título do volume 1), Buraco Negro (que aparece em Singularidade, o volume 2) e as tempestades de Saturno (vistas em Assimetria, o volume 3). Assim, o público pode conhecer um pouco mais sobre Astronomia e Astrofísica de uma maneira bem divertida e interessante. Beyruth não aprofunda muito nesses temas (o que seria desnecessário), mas faz com que os leitores pesquisem sobre eles.


De volta aos acontecimentos da história, ao chegar no Sargaço, os personagens percebem que lá existe um conflito entre duas facções diferentes. Nesse momento, o roteiro de Beyruth traz uma sacada interessante: Astronauta e Isabel acabam se separando no meio da confusão e cada um vai parar em um grupo diferente. Assim, ambos entram no conflito e percebem que a briga é mais complexa do que uma simples luta por mantimentos.




A história também apresenta uma nova personagem, a guerreira Shie'r que é uma releitura da Cabeleira Negra, personagem do filme Turma da Mônica em - Uma Aventura no Tempo. (Que é um clássico. Se não assistiu, assista!)


A narrativa traz muita ação, mistério e bons diálogos, no entanto, quando se aproxima do final, a história apresenta alguns problemas que prejudicam a qualidade inicial do quadrinho. O grande vilão desta edição é um androide chamado de "Capitão". Ele é um dos problemas, pois é um personagem raso e sem muito desenvolvimento/destaque. Além disso, no clímax de Entropia, quando descobrimos as motivações e os planos do Capitão, vemos que são bem fracos. A solução final dos acontecimentos também deixa a desejar, porque ocorre de maneira apressada.



Astronauta e o Capitão

O aspecto mais positivo deste quarto volume do Astronauta, é sem dúvida, a arte. Os desenhos de Danilo Beyruth são ótimos. Ele traz cenários bem detalhados, layouts de páginas bem criativos, belos designs de personagens, expressividade nos rostos, a ideia de movimento e cenas de ação são muito bem feitos. Cris Peter dá mais um show na colorização. Suas cores embelezam, reforçam o traço de Beyruth e auxiliam bastante na narrativa, deixando o Sargaço como um lugar sombrio e misterioso. As cores nas cenas de ação e momentos de explosão também merecem destaque.


Astronauta Entropia é uma boa história, mas que tinha um potencial para ser bem melhor. De qualquer forma, os pontos positivos superam os negativos e a dupla Danilo Beyruth e Cris Peter entrega um álbum com uma arte espetacular e uma história divertida.(Apesar dos deslizes na parte final da trama.)


Para quem só se importa com números:

Nota= 6/10


Prêmios vencidos por Astronauta Entropia

Angelo Agostini (2019): Colorista Nacional - Cris Peter


Dados da HQ:

Roteiro: Danilo Beyruth

Desenhos: Danilo Beyruth

Cores: Cris Peter

Editor: Sidney Gusman

Editora: Panini


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