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Foto do escritorIgor Biagioni Rodrigues

Crítica: Avatar (2009)

Iracema fazendo escola e o brilhantismo visual que sobrepõe a narrativa.

Por Igor Biagioni Rodrigues


(Cena de Avatar- a reprodução da imagem não contém fins lucrativos)

Contém spoilers (um pouquinho).


Recentemente fui reassistir Avatar nos cinemas devido seu relançamento, e sim, o filme ainda é impressionante (recomendo que se for assistir esse filme, assista-o em 3D).


Gostaria de começar esse texto esclarecendo uma coisa: no subtítulo dessa crítica comparei Avatar com o romance Iracema, de José de Alencar. Tal comparação foi sim uma brincadeira, apesar do fato que podemos tirar algumas semelhanças: como a situação de Martim e Iracema com Jake e Neytiri, Irapuã com Tsu'Tey. Mas o que me fez comparar mesmo essas duas obras, é que ambas abordam uma temática específica: a colonização.


Avatar pode ser narrativamente fraco ao se tratar de mais um filme de colonização, assim como Pocahontas, Dança com Lobos e O Último Samurai. Seu enredo apresenta questões muito interessantes, principalmente em relação ao ambientalismo (não só físico como espiritual, o chamado Eywa), porém, isso fica meio apagado se focarmos na premissa padrão de que um homem de uma nação “superior” acaba se apaixonando por nativos do local que esta nação está explorando e é o responsável pela salvação desse povo. Mas no que Avatar peca em originalidade e capacidade narrativa, ele acerta com extrema eficiência no aspecto visual do filme.


Antes de falar sobre tal aspecto, gostaria de falar sobre o 3D na indústria cinematográfica. O 3D surge com uma primeira exibição comercial nos Estados Unidos na década de 1920 com o filme “The Power of love” (1922), porém a técnica acaba não fazendo tanto sucesso assim. Na década de 1950 o Cinema tinha como sua principal concorrência a Televisão, então, tentando criar uma experiência que não pudesse ser replicada fora de suas salas o 3D retorna com o lançamento do filme “Bwana, O Demônio” (1952), nos anos seguintes vários filmes foram feitos usando essa técnica, mas o sucesso foi passageiro, assim como em meados dos anos de 1980/1990. Mas foi na segunda década dos anos 2000, com Avatar, que a grande volta do 3D viria acontecer, fazendo com que diversos filmes utilizassem dessa técnica. Uma pena que a maioria só tentou lucrar com isso e não tentou criar experiências únicas, como Avatar fez. (Se essa história toda te interessou, confira o vídeo do Max Valarezo “O novo ‘Avatar’ vai salvar o cinema 3D?”).


Mas o que tinha em Avatar que o fez tão especial em relação a todos os outros filmes 3D (tanto anteriores a ele como posteriores)? A resposta é simples, além da evolução tecnológica que tornou tudo possível, o 3D em Avatar é um recurso narrativo essencial. Tal técnica ajuda a aumentar a sensação de verossimilhança e imersibilidade no longa. Os cenários nos fazem sentir como se realmente estivéssemos dentro de Pandora, conseguimos acreditar em tudo ali, na sua fauna, sua flora e seu misticismo. A direção de arte do filme é impecável, a fotografia é linda a natureza é viva (o que nos impacta ainda mais quando a mesma é destruída) e se podíamos nos sentir desconexos com a história devido o uso de CGI em grande parte de personagens e cenários do filme, o 3D nos coloca lá dentro e não deixa que nos afastemos de tudo que presenciamos nas suas duas horas e quarenta e um minutos de duração (irônico, não?).


Em suma, Avatar é um filme com uma história clichê, mas que ao mandar tal conto para o espaço, abriu caminhos para que a parte visual da película nos encantasse e revolucionasse o 3D e a indústria moderna do cinema.


Para quem só se importa com números:

Nota-7/10


Ficha técnica:

Título original: Avatar.

País de origem: Estados Unidos, Irlanda do Norte e Reino Unido.

Roteiro: James Cameron.

Direção: James Cameron.

Classificação indicativa: 12 anos.

Duração: 162 minutos.


Elenco:

Sam Worthington como Jake Sully.

Zoe Saldaña como Neytiri.

Sigourney Weaver como Dra. Grace Augustine.

Stephen Lang como Coronel Miles Quaritch.

Giovanni Ribisi como Parker Selfridge.

Wes Studi como Eytucan.

Michelle Rodriguez como Trudy Chacon.

Joel David Moore como Norm Spellman.

Dileep Rao como Dr. Max Patel.

Laz Alonso como Tsu'Tey.

CCH Pounder como Mo'at.


Prêmios:

Oscar de Melhores Efeitos Visuais.

Oscar de Melhor Fotografia.

Oscar de Melhor Direção de Arte.

Empire Award: Melhor Filme.

Prêmio Globo de Ouro: Melhor Filme Dramático.

Prêmio Globo de Ouro: Melhor Diretor.

Prêmio da Academia Japonesa de Cinema para Melhor Filme em Língua Estrangeira.

Prêmio Saturno para Melhor Ator.

Prêmio BAFTA de Cinema: Melhores Efeitos visuais.

Empire Award: Melhor Atriz.

Prêmio Saturno Melhor Direção.

Prêmio Saturno Melhor Ator.

Prêmio Saturno de Melhor Roteiro.

Prêmio Saturno Melhor Design de Produção.

Empire Award: Melhor Diretor.

Teen Choice Award: Melhor Atriz em Filme de Ficção Científica.

Teen Choice Award: Melhor Ator de Ficção Científica

Critics' Choice Movie Award: Melhor Filme de ação.

Prêmio BAFTA de Cinema: Melhor Design de Produção.

AACTA Award de Melhor Ator Internacional.

Critics' Choice Award de Melhor Edição.

ADG Award de Melhor Design em Filme de Fantasia.

Critics' Choice Award: Melhores Efeitos Visuais.

Critics' Choice Award : Melhor Fotografia.

Critics' Choice Award: Melhor Direção de Arte.

Critics’ Choice Award: Melhor Som.

Golden Eagle Award for Best Foreign Language Film.

VES Award for Outstanding Animated Character in an Animated Feature Motion Picture.

Phoenix Film Critics Society Melhor Design de Produção.

Teen Choice Award: Melhor Filme de Ficção Científica.






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