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Crítica “Batman: A Corte das Corujas”

Já nasceu um clássico?

Por Igor Biagioni Rodrigues.

Em setembro de 2011, a DC Comics reformulou toda a sua linha editorial com o lançamento de uma fase sem precedentes na história do mercado de quadrinhos: Os Novos 52. Mas o que seria isso? A partir de setembro daquele ano, as revistas passaram a adotar uma nova numeração, reiniciando a partir da edição número um, e 52 títulos (lançados mensalmente) fizeram parte dessa nova fase, que durou aproximadamente cinco anos (de setembro de 2011 até maio de 2016).


No entanto, não foi apenas a numeração e a quantidade de revistas lançadas mensalmente que mudaram. Os personagens passaram por um reboot (uma "reinicialização" de suas histórias), tendo suas origens recontadas e passando por uma reestilização visual e narrativa. A dupla responsável pela nova fase da revista mensal do Cavaleiro das Trevas foi o roteirista Scott Snyder e o artista Greg Capullo.


Scott Snyder já havia escrito outras histórias do Batman (como "O Espelho Sombrio") e foi encarregado de escrever o título mais importante do Homem-Morcego durante o período dos Os Novos 52. A DC deu carta branca para que, nesse início, os autores tivessem liberdade de reformular os personagens como quisessem. Snyder, no entanto, optou por não recontar uma nova origem para o Batman, mantendo vários aspectos de sua cronologia pós-Crise (Pós-Crise? Sim, são os eventos ocorridos após a saga "Crise nas Infinitas Terras", quando a DC reformulou parte de seus títulos e personagens na década de 1980, mas isso é assunto para outro momento). Ele manteve como cânone elementos da origem do personagem estabelecidos em "Batman: Ano Um", de Frank Miller e David Mazzuchelli, e acrescentou alguns retcons (alterações de fatos previamente estabelecidos na continuidade de uma obra ficcional).


A história começa com Bruce Wayne apresentando seus planos para uma "Gotham do futuro", mas logo se vê forçado a lidar com uma ameaça antiga: a misteriosa Corte das Corujas, uma organização secreta que governa Gotham das sombras desde os primórdios de sua criação. Essa organização criminosa, tida como lenda, foi alvo das investigações de Bruce quando criança, pois ele acreditava que estavam ligados à morte de seus pais. Agora, adulto, ele descobre evidências da existência da Corte nos alicerces de Gotham. A situação se intensifica quando Batman cruza o caminho do Garra, um assassino a serviço da Corte. Mas o que o passado de Dick Grayson e os segredos sombrios da família Wayne têm a ver com tudo isso?

Snyder insere de forma habilidosa o retcon da Corte das Corujas no passado da cidade e na vida de Bruce. Destaque para a cena em que o jovem Wayne encara um morcego no momento em que percebe que precisa se tornar algo mais para causar medo nos malfeitores, à lá "Batman: Ano Um", porém, nesta versão, a cena é estendida: logo depois, uma coruja aparece e mata o morcego. A história é cheia de metáforas, com as corujas sendo inimigas naturais dos morcegos. O ápice desse embate ocorre na quinta edição (a melhor, na minha humilde opinião), na qual Greg Capullo utiliza enquadramentos criativos e inverte a posição das vinhetas para representar a confusão mental de Batman, que está preso em um labirinto durante sua investigação (o que deve ter feito muita gente pensar que o quadrinho estava com defeito).


Além disso, o escritor trabalha bem com elementos de terror, que se tornam ainda mais interessantes devido à arte de Greg Capullo (que, durante muitos anos, foi desenhista de Spawn na Image). Os desenhos de Capullo, combinados com as cores de Plascencia, criam o aspecto soturno, melancólico e sombrio de Gotham, que Scott Snyder busca em sua narrativa.


É inegável o impacto que a Corte das Corujas teve na mitologia do Batman, tornando-se um dos inimigos mais conhecidos do Cavaleiro das Trevas e sendo adaptada para outras mídias, como videogames. Snyder e Capullo iniciam essa nova fase fase da DC para o morcegão com o pé direito, criando um grupo de vilões e arco de histórias do Batman mais memoráveis dos últimos anos.


Para quem só se importa com números:

Nota- 8/10


Dados da HQ:

Histórias: Batman 1-7 (2011)

Roteiro: Scott Snyder

Arte: Greg Capullo

Arte-Final: Jonathan Glapion

Cores: Franscisco Plascencia- Fco

Editoria: Levi Trindade

Letras: Valéria Calipo, Sílvia Lucena, Estação Q

Tradução: Levi Trindade e Bernardo Santana

Adaptação e edição:

Editora: DC Comics

Data original de publicação:

Editora no Brasil: Panini Comics

Páginas: 164


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