Crítica: Comando das Criaturas – 1ª Temporada (2024)
- Igor Biagioni Rodrigues
- 19 de mar.
- 3 min de leitura
E que comece o DCU!
Por Igor Biagioni Rodrigues.

Essa crítica foi originalmente pensada como um texto para cada episódio. No entanto, devido a algumas questões, o presente texto será uma crítica do primeiro episódio e da série como um todo.
Em 2022, foi anunciado que James Gunn, ao lado de Peter Safran, construiria um novo começo para a DC nos cinemas. Depois de um sofrido DCEU, era a vez de passar por um reboot, sacudir a poeira e afastar de vez as sombras do finado universo expandido da DC – e as de Zack Snyder (ou será que não?). Então foram anunciados dez projetos, cinco filmes e cinco séries, que fariam parte dessa primeira fase intitulada “Deuses e Monstros”. Muita coisa aconteceu desde aquele anúncio, mas finalmente vemos o início desse novo projeto da DC com a estreia de Creature Commandos (Comando das Criaturas, como foi traduzido no Brasil).
Pode parecer um pouco frustrante (e realmente é) que o novo universo cinematográfico da DC Comics comece com um projeto de uma equipe repleta de personagens desconhecidos por grande parte do público (achou que eu diria que seria por ser uma animação? JAMAIS). Porém, essa é simplesmente a forma segura como James Gunn e os envolvidos (financeiramente, ou seja, os executivos da Warner) decidiram jogar. Para eles, sai bem mais barato lançar uma animação, ainda mais diretamente para o streaming, e para Gunn, criar uma história de uma equipe de personagens disfuncionais é basicamente mais uma terça-feira.
O primeiro episódio, “Embrulho no Estômago”, serve apenas como uma leve e até mesmo repetitiva introdução, além de trazer um humor forçado. Nele, conhecemos os integrantes da equipe conhecida como Comando das Criaturas: A Noiva (Indira Varma), Dr. Phosphorus (Alan Tudyk), G.I. Robot (Sean Gunn), Doninha (Sean Gunn) e Nina (Zoë Chao), comandados pelo veterano Rick Flag Sr. (Frank Grillo), pai do falecido Rick Flag Jr., assassinado na missão vista em O Esquadrão Suicida (2021). Isso canoniza (em partes) o filme e seu spin-off, a série do Pacificador, no DCU.
A missão da equipe? Proteger a princesa do Polikistão, Ilana, da feiticeira Circe e de seus fanáticos seguidores, os Filhos de Themyscira. É interessante que já começamos a acompanhar um universo existente, com personagens e ambientações da DC já estabelecidos. Por exemplo, Themyscira e as Amazonas, mesmo que consideradas uma lenda urbana, já são de conhecimento público.

No entanto, o que parecia ser uma ideia promissora vai se diluindo ao longo da temporada. Gunn opta por contar seus episódios com flashbacks mesclados à trama principal, mas essas histórias de origem não servem para o andamento da narrativa presente nem para o desenvolvimento dos próprios personagens. O objetivo, na verdade, parece ser apenas fazer com que o público crie empatia por eles. O problema é que a trama do presente se desenrola de forma lenta e fraca demais. Circe, que é apresentada nos primeiros episódios, logo é deixada de lado, e os flashbacks dos personagens não avançam a história. Se não fossem os de Noiva e Doninha, seriam todos extremamente medíocres (por mais que eu goste do G.I. Robot), muitas vezes servindo apenas para que Gunn demonstre, por meio de dramalhões e violência, o quanto ele pode ser “ousado”. Se a intenção fosse que conhecêssemos os monstros e descobríssemos que alguns não são tão monstros assim, enquanto outros foram moldados pelas circunstâncias impostas pelo mundo, então a primeira temporada deveria ter sido uma antologia de histórias de origem. A segunda (já confirmada) poderia, então, focar na formação da equipe e em sua missão.
Infelizmente, a qualidade técnica da animação deixa a desejar para um projeto que marca o início de um universo compartilhado que promete englobar filmes, séries e até mesmo jogos. No entanto, há momentos de alta qualidade na animação, como nas lutas entre Dr. Phosphorus e Rick Flag Sr., Noiva e Circe, Frankenstein e Cara de Barro, além do incêndio no episódio quatro, entre outros.
Em suma, Comando das Criaturas é um começo morno e até mesmo tímido para o DCU e para James Gunn, que parece estar no piloto automático, escolhendo uma trilha sonora divertida e contando histórias de origem que, na maioria das vezes, são previsíveis e optam por um caminho dramático e com gore apenas para que o diretor/roteirista se venda como subversivo. Enfim, um grande potencial desperdiçado.
Para quem só se importa com números:
Nota- 5/10.
Ficha Técnica:
Título Original: Creature Commandos
País de Origem: Estados Unidos
Desenvolvimento: James Gunn
Roteiro: James Gunn
Classificação: 16 anos
Duração: Sete episódios de aproximadamente 23 min.
Elenco:
Frank Grillo como Rick Flag Sr.
Indira Varma como A Noiva.
Sean Gunn como Doninha e G.I. Robot.
Alan Tudyk como Doutor Phosphorus.
Zoë Chao como Nina Mazursky.
David Harbour como Frankenstein.
Maria Bakalova como Princesa Ilana Rostovic.
Anya Chalotra como Circe.
Viola Davis como Amanda Waller.
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