Crítica | “Demolidor: Renascido – 1X08: Ilha da Alegria” (2025)
- Igor Biagioni Rodrigues
- há 2 horas
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Atualizado: há 14 minutos
Dançando com o diabo.
Por Igor Biagioni Rodrigues.

Desenvolvimento: é a etapa da narrativa em que a trama avança. Nesse momento, a atenção se volta para os acontecimentos e os conflitos que transformam as vivências, os vínculos e o cotidiano das personagens. Diante dos problemas que a produção desta série teve, é como se olhassem para esse significado, rissem e o ignorassem. Ocorre uma passagem de tempo do final do episódio anterior para este, e diversos fatos e informações são jogados em tela e empurrados goela abaixo. Heather Glenn saiu do hospital, virou uma anti-vigilante de carteirinha e apoiadora ferrenha de Fisk. A Força-Tarefa dos policiais, que surgiu no episódio anterior, já possui apelo da população e resultados percentuais de eficácia no combate aos vigilantes. Isso é bem trabalhado ao longo da temporada? Claro que não!
Se tudo isso já não bastasse, temos os quesitos “Retorno aleatório do Mercenário”, que desemboca no “Plano de morte de Foggy Nelson”. Não há como justificar a demora de Matt para descobrir o real mandante do assassinato de seu amigo, no caso, Vanessa, nem a atitude do próprio Foggy de não ter contado a mais ninguém sobre a descoberta dos planos da senhora Fisk. A ideia de manter a relação de Vanessa e Wilson é, sim, um ponto certeiro; ela ter matado Adam não é algo surpreendente, porém seus motivos para querer matar Foggy só não são mais jogados do que o motivo de Fisk não ter sido preso depois dos acontecimentos da terceira temporada.
Mas nem tudo é de se jogar fora. Os momentos de Wilson Fisk são realmente interessantes (graças ao talento magnético de Vincent D’Onofrio), ainda mais com o retorno da clássica roupa branca, e principalmente a sequência final, da parte da dança até a tentativa de assassinato de Fisk pelas mãos do Mercenário. A maneira como os poderes de Matt são representados nesta série é o maior (e provavelmente o único) "upgrade" em relação à produção da Netflix: a mudança do aspect ratio e a utilização de uma lente grande angular (uma lente grande angular é caracterizada por oferecer um campo de visão mais amplo que o de uma lente padrão, permitindo enquadrar uma parte maior da cena. Essas lentes são valorizadas por gerar uma sensação de imersão e profundidade) são inovações na representação da super audição do Demolidor que funcionam muito bem. Além disso, o fato de a série não ficar repetindo esse recurso o tempo todo, preferindo aproveitar a atuação e gesticulação de Charlie Cox em outros momentos, faz com que o espectador rapidamente entenda o que está acontecendo.
Outro aspecto técnico que devo elogiar é a utilização das cores/iluminação nos personagens. Se no primeiro episódio utilizaram desse artifício com o Rei do Crime e com Matt, aqui ele se repete em Murdock e é também aplicado ao Mercenário, cuja iluminação ganha tons azulados durante suas ações.
Mas, no fim, é apenas isso: um episódio que melhora em relação ao anterior, porém peca demais ao utilizar elipses temporais para não desenvolver personagens que mereciam mais destaque e acontecimentos que seriam relevantes de serem mostrados em tela. Demolidor Renascido se encaminha para um fim bem morno, e só um milagre pode salvar essa temporada.
Para quem só se importa com números:
Nota- 5/10.
Ficha Técnica:
Título Original: Daredevil: Born Again 1X08: Isle of Joy
País de Origem: Estados Unidos
Showrunner: Dario Scardapane
Roteiro: Jesse Wigutow, Dario Scardapane
Direção: Justin Benson, Aaron Moorhead
Classificação: 18 anos
Duração: 52 min.
Elenco:
Charlie Cox
Vincent D’Onofrio
Margarita Levieva
Zabryna Guevara
Nikki M. James
Genneya Walton
Arty Froushan
Michael Gandolfini
Clark Johnson
Ayelet Zurer
Michael Gaston
Hamish Allan-Headley
Lou Taylor Pucci
Tony Dalton
Wilson Bethel
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