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Crítica: " Guardiões da Galáxia Vol.3" (2023)

Fechando a trilogia com chave de ouro!

Por Igor Biagioni Rodrigues.

Contém spoilers!!!


Em diversas críticas aqui do site abordei o desgaste do sub gênero de filmes de heróis. Comentei também a queda de qualidade dos filmes da Marvel, tanto no quesito narrativo quanto técnico. Mas, felizmente, "Guardiões da Galáxia Vol.3" rema contra toda essa maré negativa. E, sem mais delongas, afirmo que é o melhor filme da sub franquia (a trilogia dos Guardiões) e um dos melhores do Universo Cinematográfico da Marvel. Acredito que isso se deve ao fato de que o longa não tem como funcionalidade expandir a Fase 5 da Marvel, e sim, finalizar a trilogia de James Gunn.


Depois de um hiato de participações no MCU, (quebrado pelo tenebroso "Thor Amor e Trovão" e pelo divertido "Especial de Festas"), os Guardiões da Galáxia e James Gunn retornam para sua derradeira aventura.


O longa tem o Rocket como base de sua estrutura, uma vez que após ser atacado por Adam Warlock, tem sua vida em perigo. Percebendo que o guaxinim não poderia passar por uma cirurgia por ter um implante que impedia qualquer ação médica em seu corpo, os Guardiões, liderados por Peter Quill se unem à Gamora (aquela que veio do passado em "Vingadores Ultimato"), agora membro dos saqueadores, para assaltar a Orgocorp, uma "empresa-laboratório" que detinha o arquivo do Rocket e a senha para desabilitar o implante. No meio disso tudo, o grupo acaba tendo que enfrentar o vilão com complexo de Deus (que criou o Rocky), o Alto Evolucionário.

Falando em Rocket, o longa opta de maneira inteligente, ao tirá-lo de cena, e introduzir seu passado através de flashbacks. É um artifício simples, mas James Gunn o trabalha de forma exemplar, acrescentando no roteiro um tom de velocidade e necessidade, uma vez que Rocket está morrendo. Durante os dois filmes anteriores, o protagonismo está em Quill, as músicas e o problema principal da trama se movem ao redor dele. Aqui, logo de início, a música já é apresentada através de Rocket Racoon, simbolizando quem é o protagonista da vez.


Vale destacar a qualidade do CGI, que em relação aos últimos filmes, é excelente. É um longa totalmente dependente da computação gráfica, e mesmo assim, ele consegue entregar uma belíssima fotografia, uma ótima paleta de cores, uma captura de movimentos de qualidade, tudo isso dando certo gera um ótimo tom que combina com a dramaticidade do roteiro.


Os filmes da Marvel, e principalmente, os de James Gunn, possuem um tom cômico muito característico. Apesar dele estar presente (e de forma funcional), "Guardiões da Galáxia Vol 3" é o filme mais dramático e violento da franquia, utilizando até mesmo do gore (subgênero do cinema de terror que se concentra em representações gráficas de sangue e violência).


O protagonista da história é o Rocket, mas todos os personagens possuem um desenvolvimento e finalização decentes, por mais que uns fossem mais necessários que os outros. É o caso do Senhor das Estrelas. Peter Quill já tinha sido bem trabalhado nos longas anteriores, e por mais que seu protagonismo seja diminuído em função do Rocket, e seu arco em relação a nova Gamora funcionar, as auto explicações no roteiro sobre tudo isso, tornam as coisas um pouco cansativas. É o mesmo com Drax que já teve seu desenvolvimento em relação a paternidade bem trabalhada em filmes anteriores, então ele servir apenas como um alívio cômico nesse filme não é de todo ruim, pois temos mais tempo para outras partes mais importantes na história.


Em contrapartida, foi uma ótima ideia desenvolver personagens como Mantis, que no final decide se separar do grupo e viver suas próprias aventuras, pois passou sua vida fazendo o que Ego queria e depois, o que os Guardiões queriam. Assim como Nebulosa e a nova Gamora, que através do contato com essa equipe (ou melhor, família) e todo amor envolvido nela, começam a perceber como é significativa a relação entre todos eles. Sobra até espaço (olha o trocadilho!) para a Cosmo e Kraglin terem sua função e construção dentro da narrativa.

Em relação ao vilão, James Gunn e Chukwudi Iwuji entregam, com o Alto Evolucionário, um dos melhores vilões do MCU. O roteiro não se apega na ideia de ficar contando e explicando os motivos dele agir e ser da forma que é. Ele possui um complexo de Deus e quer criar a civilização perfeita, mesmo que fazendo experimentos horríveis e outras atrocidades para atingir seu objetivo. Normalmente, os vilões da Marvel são apenas motores narrativos para engrandecer o herói e não sentimos nada em relação a eles, seja empatia ou ódio. Bom, em relação ao Alto Evolucionário eu tenho certeza que você sentiu/vai sentir, e muito, a segunda opção.


Tá... Mas e o Adam Warlock hein? Certo, vamos tirar o elefante branco, ou melhor, dourado, da sala. O personagem sempre foi um dos meus favoritos da Marvel nos quadrinhos e sempre desejei que ele fosse adicionado ao Universo Cinematográfico da Marvel. Quando ele foi finalmente citado em uma das cenas pós-créditos de "Guardiões da Galáxia Vol. 2", eu me empolguei. Porém, a Saga do Infinito acabou e o personagem, que nos quadrinhos era o detentor da Joia da Alma, não apareceu. E bem, a mitologia por trás da Joia da Alma apresentada em "Vingadores: Guerra Infinita" é muito boa. Além disso, o Thanos já havia morrido (duas vezes), qual o intuito de trazer o Adam Warlock agora que sua principal antítese e (às vezes) aliado não apareceria mais? Bom, ele é sim um dos pontos fracos do filme, mas a solução apresentada na película não é ruim e tratar o personagem como uma criança super poderosa que ainda está entendendo o mundo ao seu redor é interessante (isso modifica totalmente sua função e personalidade dos quadrinhos, mas não aceitar certas mudanças em adaptações, só prova que você é um leitor ranzinza que não gosta que modifiquem seus bonequinhos).


Obs: Só acho que o Warlock, após a morte de sua mãe, poderia ter uma capacidade de entender melhor a situação e perceber quem realmente é o inimigo e a mensagem/piscadela de segundas chances do diretor ainda estaria lá e de forma perceptível.

Tecnicamente falando, o roteiro vai se amarrando não só com esse filme em questão, mas com seus dois anteriores de forma muito coerente. A fotografia, assim como a direção de arte e todo design de produção são ótimos. A montagem é fluida e as interconexões de cenas são brilhantes. Em relação as cenas de ação, elas são uma das melhores dos filmes da Marvel, principalmente aquela que ocorre em um corredor fechado, onde é decidido mostrar tudo em uma câmera aberta, nos dando a sensação de ver os personagens lutarem como a equipe unida que são. Isso tudo sem contar a excelente trilha sonora que embala o filme.


James Gunn tinha a paternidade como um de seus principais temas em suas obras. No entanto, em "Guardiões da Galáxia Vol.3" esse tema é deixado de lado, e o diretor fala sobre a importância da família, seja a de sangue ou a que formamos ao longo das nossas jornadas. Além disso, ele demonstra que os bichinhos de estimação fazem parte da família assim como qualquer outro membro e a temática de respeito aos animais é presente em toda película.

Em suma, "Guardiões da Galáxia Vol.3" apresenta humor, drama, violência, ótimas cenas de ação e músicas viciantes! Sendo o melhor filme da trilogia, e a finaliza de forma exemplar. É James Gunn, você pode brincar com o Superman agora, eu deixo.


Para quem só se importa com números:

Nota-8/10.


Ficha técnica:

Título Original: Guardians of the Galaxy Vol. 3

País de Origem: Estados Unidos

Roteiro: James Gunn

Direção: James Gunn

Duração: 150 min

Classificação: 14 anos


Elenco:

Chris Pratt como Peter Quill/ Senhor das Estrelas

Zoe Saldaña como Gamora

Dave Bautista como Drax

Karen Gillan como Nebulosa

Pom Klementieff como Mantis

Vin Diesel como Groot

Bradley Cooper como Rocket Racoon

Sean Gunn como Kraglin

Chukwudi Iwuji como Alto Evolucionário

Will Poulter como Adam Warlock

Elizabeth Debicki como Ayesha

Maria Bakalova como Cosmo

Sylvester Stallone como Stakar Ogord

Michael Rosenbaum como Martinex

Stephen Blackehart como Steemie

Linda Cardellini como Lylla

Asim Chaudhry como Dentes

Mikaela Hoover como Chão

Judy Greer como War Pig

Miriam Shor como Registradora Vim

Daniela Melchior como Ura

Jennifer Holland como Administradora Kwol

Tara Strong como Mainframe

Nico Santos como Registrador Theel

Nathan Fillion como Mestre Karga

Dee Bradley Baker como Blurp

Gregg Henry como Jason Quill

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