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  • Foto do escritorIgor Biagioni Rodrigues

Crítica| "La La Land: Cantando Estações" (2016)

Entre amor e sonhos

Por Igor Biagioni Rodrigues.

Goste você ou não, os musicais possuem, um "poder" que outros filmes não têm. As Artes tem como uma de suas principais finalidades emocionar. E digo aqui "emocionar" no sentido de causar emoções, as mais diversas possíveis. Da angústia à alegria e do medo à risada. Certo, e o que difere os musicais de outros gêneros cinematográficos? Bom, neles a "suspensão de descrença" (o ato do leitor/espectador aceitar como verdade premissas de uma obra ficcional) é imprescindível, porque, cá entre nós, pessoas parando seus afazeres e vidas para começar a cantar sobre os seus sentimentos ou sobre determinadas situações não é lá muito verossímil.


Dito tudo isso, vamos ao filme. "La La Land: Cantando Estações" conta a história de Mia, uma jovem aspirante a carreira de atriz, e de Sebastian, um pianista que sonha abrir sua própria casa de Jazz. Os dois vão se encontrando em situações inesperadas e acabam se apaixonando. Vemos então o desenvolvimento da relação do casal durante as mudanças das estações, mais precisamente, de inverno a inverno.


O longa, além de ser um tributo ao gênero musical, é recheado de referências a filmes do tipo. Damien Chazelle brilha tanto na direção quanto no roteiro. Por mais que a felicidade seja envolvente através das músicas presentes na película, e assistir a esse romance é como estar apaixonado durante toda sua duração, o roteiro trabalha muito bem a questão do amor e dos sonhos que desejamos realizar/alcançar em nossas vidas e o que fazemos por eles. Ou seja, o amor aqui vai além do romance, ele também é sobre as coisas que amamos, seja atuar ou reviver o Jazz.

As músicas são extremamente viciantes, e mesmo que você não goste de musicais, é impossível não se encantar com A Lovely Night e não passar a próxima semana cantando City Of Stars. Durante as canções, Chazelle mostra o brilho de sua direção, com um ótimo uso de câmera e cortes precisos. Outro destaque são os dois atores principais, Emma Stone e Ryan Gosling. Ambos entregam personagens extremamente cativantes, plausíveis, apaixonantes e suas atuações nas cenas musicais são impressionantes. Eles cantam e dançam como se vivessem disso.


A fotografia, a paleta de cores e a iluminação são outros acertos extraordinários. Elas definem o tom dos momentos e destacam os personagens. Uma cor muito presente no longa é o roxo. Segundo o psiquiatra e psicoterapeuta suíço, Carl Gustav Jung , as cores conseguem, manifestar no homem funções psíquicas como sentimentos. Jung definiu o roxo, entre outros aspectos, como "uma união de duas naturezas", podemos relacionar isso com a união de Mia e Sebastian, duas naturezas diferentes, com sonhos diferentes, que, por certo momento, se completaram.

"La La Land" é um filme emocionante, um belo musical e um romance que foge do clichê. O longa trabalha aspectos da sétima arte (cinema) e da música. Possui diversos questionamentos sobre como as pessoas veneram certas coisas, mas não as valorizam devidamente. Porém, acima de tudo, é um filme sobre a vida. É um filme com enorme poder de identificação, sobre pessoas que se amam e sonhos que entram em conflito com esse sentimento. Mia e Sebastian, apesar de seus erros e acertos, aprendem e crescem um com o outro e nos mostram que amar vai de desencontro ao egoísmo.


Para quem só se importa com números:

Nota-10/10.


Ficha técnica:

Título Original: La La Land

País de Origem: Estados Unidos e Hong Kong

Roteiro: Damien Chazelle

Direção:Damien Chazelle

Duração: 128 minutos

Classificação: Livre


Elenco:

Emma Stone como Mia Dolan

Ryan Gosling como Sebastian Wilder

Rosemarie DeWitt como Laura Wilder

Tom Everett Scott como David

Callie Hernandez como Tracy

J.K. Simmons como Bill

Jason Fuchs como Carlo

John Legend como Keith






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