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  • Foto do escritorIgor Biagioni Rodrigues

Crítica: “Madame Teia” (2024)

A nova aberração cinematográfica do universo aracnídeo da Sony. 

Por: Igor Biagioni Rodrigues.


Contém spoilers? Rapaz, eu tô salvando seu dinheiro!


Madame Teia teve sua primeira aparição nos quadrinhos em "O Espetacular Homem-Aranha #210", revista publicada em 1980. A personagem foi criada por Denny O'Neil e John Romita Jr., que duvido que, em algum momento, cogitaram que tal personagem ganharia seu próprio longa. Quem dera não tivesse ganhado.


O filme conta a história de Cassandra Webb (Dakota Johnson), uma paramédica em Manhattan que, após um acidente, desperta poderes de clarividência. Tentando entender seus poderes, Cassandra se vê forçada a confrontar seu passado e ajudar três jovens destinadas a se tornarem heroínas com poderes de aranha a fugirem ou derrotarem o vilão Ezekiel (Tahar Rahim).


O filme possui um roteiro horrível que não sabe para onde ir e sempre opta por apresentar perguntas que não responde ou simplesmente ignora. Ele tenta se levar a sério, ao mesmo tempo que insere diálogos tenebrosos que terminam em piadas ainda piores. Dakota Johnson, em sua participação no tradicional programa humorístico Saturday Night Live, fez o seguinte comentário: "Tenho um novo filme sendo lançado. Chama-se Madame Teia [...] Está no Universo Marvel e também é estrelado por Sydney Sweeney. Então, é como se a IA gerasse o filme perfeito do seu namorado." Uma fala que me fez questionar se realmente era uma piada.Entretanto, a película não foi escrita por uma Inteligência Artificial e sim por cinco pessoas , duas que já eram responsáveis por Morbius, que aparentemente se uniram com o intuito de fazer um filme ainda pior. Não são só os diálogos que são ruins, existem as situações que não levam a lugar nenhum e aquelas que aparentam existir devido ao fetiche de quem as escreveu (sim, refiro-me, principalmente, às cenas na lanchonete e à compulsão por cenas de massagem cardíaca).


Existe a tentativa de situar os acontecimentos desse filme dentro de um universo do Homem-Aranha, mas isso não acontece de forma impositiva, ficando apenas acenando com piadas (esdrúxulas), citações e menções de personagens que beiram o universo do Cabeça de Teia. Os personagens não possuem profundidade, não vemos os caminhos que fizeram Cassandra se tornar a Madame Teia, só a vemos confusa com seus poderes em cenas não lineares que se repetem a cada instante. Johnson disse que era a primeira vez que atuava em um estúdio repleto de telas azuis e que pelo menos esperava ter entregado um bom trabalho. Não. Não entregou.


O material de divulgação vendeu o filme através das personagens de Sydney Sweeney, Isabela Merced e Celeste O'Connor como super-heroínas, fato que não acontece na trama, apenas em visões de personagens. Tudo isso sem contar as interpretações de adolescentes feitas e escritas de maneira extremamente caricata.


Ezekiel consegue ser um dos piores, se não o pior vilão dos filmes de super-heróis. Tentam vender a imagem de um homem rico sem escrúpulos para alcançar aquilo que almeja ao mesmo tempo que tentam justificar sua ambição através de um discurso batido: "Se você soubesse quem vai te matar, você não mataria essa pessoa primeiro?". Parece que os roteiristas viram a cena da primeira aparição de Ezekiel nos quadrinhos, "O Espetacular Homem-Aranha (1999) #30", e construíram todo o resto do personagem nisso e sequer se preocuparam em fazê-lo ser temido por sua personalidade ou por suas habilidades. Sem contar em sua caracterização, que como a de quase todos os personagens, beira ao ridículo.


Agora, vamos falar da parte técnica: S.J. Clarkson, diretora do filme, possui bons trabalhos na TV, já dirigiu episódios de Jessica Jones e Succession, mas aqui, parece que nada do que ela fizesse poderia salvar esse texto comprometedor que ela mesma coescreveu. A fotografia é saturada e a ambientação joga na nossa cara elementos (músicas, programas, objetos) para nos lembrar a todo instante que a história se passa em 2003. A montagem é confusa demais, principalmente, nas cenas de luta em que mal consegue-se entender o que está acontecendo. Os jogos de câmera são apressados, os planos são esquisitos e a coreografia das cenas de ação e o CGI (computação gráfica) deixam muito a desejar.


Outro fato curioso é que a Pepsi fez um acordo de patrocínio com a Sony para esse filme, e por isso, é inserida diversas vezes e até de uma forma bem inusitada no final. Tendo em vista a falta qualidade dessa obra, acho que os investidores da Pepsi se arrependerem amargamente do investimento.


Após filmes como "Venom", "Venom 2", "Morbius" e o famigerado filme criticado aqui, fica aparente que os responsáveis por esse universo da Sony do Homem-Aranha não gostam dos personagens e só querem lucrar em cima dessas pérolas cinematográficas.


Minha sugestão para você, guerreiro, que cogita assistir Madame Teia, é que assista pensando em tudo como um esforço coletivo dos profissionais que se juntaram para fazer um dos piores filmes do gênero. Depois, levante-se, ria como se tivesse escutado uma ótima piada, vá embora do cinema e esqueça que assistiu esse filme.


Tenho que dar uma nota mesmo?

Para quem só se importa com números:

Nota- 0/10. (CORRE, IRMÃO!)


Ficha Técnica:

Título Original: Madame Web

País de Origem: Estados Unidos

Roteiro: Matt Sazama, Burk Sharpless, Claire Parker, S.J. Clarkson

Direção: S.J. Clarkson

Classificação: 14 anos

Duração: 117 min.


Elenco:

Dakota Johnson como Cassandra Webb /Madame Teia

Sydney Sweeney como Julia Carpenter/Mulher-Aranha

Isabela Merced como Anya Corazon/Araña

Celeste O’Connor como Mattie Franklin/ Garota-Aranha

Tahar Rahim como Ezekiel Sims

Mike Epps como O'Neil

Emma Roberts como Mary Parker

Adam Scott como Ben Parker



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