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  • Foto do escritorIgor Biagioni Rodrigues

Crítica | "Pinguim – 1X01: Tempo Extra"

Um excelente começo!

Por Igor Biagioni Rodrigues.

Estamos de volta ao universo de "The Batman", meus amigos! E voltamos em alto nível. A série começa uma semana após os eventos do filme de Matt Reeves, e o episódio já nos abraça nesse universo ao som da música tema do Homem-Morcego logo de cara. Essa música é um dos aspectos mais marcantes do longa e, sendo assim, é uma excelente forma de nos introduzir novamente nesse universo. A cidade está arruinada devido ao plano do Charada e seus seguidores, então começamos a acompanhar Oswald Cobb tentando se reerguer no mundo do crime após a morte de Carmine Falcone, em uma cidade destruída.


Assim como o longa de 2022 é um grande estudo do personagem Batman de Robert Pattinson, a série segue pelos mesmos trilhos e foca completamente em Oz. A câmera quase não desgruda do personagem interpretado por Colin Farrell, estando presente em quase todas as cenas durante a totalidade deste primeiro episódio. E as semelhanças com o Homem-Morcego não param por aí. A obra opta por traçar um paralelo entre Pinguim e Batman. Logo no início, Oswald conta para Alberto a história de Rex Calabrese, um bandido, alguém claramente fora da lei, mas que utilizava esse “poder” para ajudar as pessoas ao seu redor. Quando questionado se esse era o seu desejo, Oz nega, quase com vergonha, mas sabemos que sim, essa é a sua intenção. Quem mais usa de meios fora da lei para ajudar as pessoas? Exatamente, o Batman. Mas quem é considerado herói aqui? Pois bem, acredito que muito disso será trabalhado na rivalidade que Pinguim terá com o Cavaleiro das Trevas.

E como se tudo isso já não bastasse, as semelhanças e paralelos não acabam aí. Oz encontra garotos roubando os pneus de seu carro. Ele se vê em um desses garotos e, a partir daí, por bem ou por mal, uma parceria surge (coincidência? Acho que não). Assim como Batman, Oswald possui um carro, que rasga as ruas de Gotham, cheio de apetrechos. Todo o trabalho visual em torno dessas cenas simula muito o que vemos com o Batmóvel em "The Batman", como se o veículo fosse mais um personagem em cena.


Como disse antes, o episódio — e toda a série — será um estudo de personagem. A obra mostrará como, em meio a planos, assassinatos, vinganças e outras diversas maquinações presentes em tantas obras do gênero policial e filmes de máfia, Pinguim assumirá o posto de chefão do crime de Gotham. Mas o diferencial em relação a tantas produções desse tipo, pelo menos neste primeiro episódio, é justamente a lente focada em Oz. Como fazer um personagem que sabemos claramente ser um vilão (ainda por cima do Batman) ser cativante e gerar empatia? Mas é aquilo: todo vilão é o herói de sua própria história. Gosto de destacar como o constroem como um personagem frágil, apesar de tudo. E o roteiro é inteligente ao demonstrar isso sem necessidade de textos expositivos, como, por exemplo, quando Oz e Victor entram no metrô e ele olha para um assento destinado a deficientes por um tempo, mas depois passa reto, e ocorre um corte para Victor observando isso. Outro bom exemplo é quando Pinguim entra no carro com o garoto e comenta sobre o aromatizante, ou até mesmo quando liga o som e retira um CD de música pop que ele provavelmente escuta quando está sozinho.


As atuações são cativantes. Desde o bom trabalho de Farrell com seu Pinguim (que ainda deixa um pouco a desejar nas cenas emotivas, mas está perfeito nas partes cômicas e não se esconde por trás de toda aquela excelente maquiagem corporal), até Rhenzy Feliz, como um garoto que se meteu em uma confusão maior do que poderia imaginar. Porém, o destaque aqui vai para a Sofia Falcone, de Cristin Milioti. A atriz entrega uma atuação perfeita. Ela impõe uma presença de peso quando está em cena, sendo amedrontadora. Méritos novamente ao roteiro, que não precisa de verborragia para entendermos a grandeza do impacto que Sofia terá nos planos de Oswald.



O orçamento da produção é grande, mas não se equipara ao de um longa-metragem. No entanto, mesmo com essa diferença financeira, a série, através da fotografia, consegue nos mostrar Gotham de uma forma menos enclausurada do que em "The Batman". Os temas musicais originais, somados às músicas que compõem a trilha sonora da série, também nos inserem bem na trama que estamos acompanhando. Vale ressaltar o design de produção, especialmente os figurinos (A cor roxa relacionada a Oz? Poder, ambição... Ótima jogada).


Em suma, "Tempo Extra" é um começo sólido para "Pinguim", nos trazendo a base de tudo que acompanharemos ao longo dos oito episódios desta minissérie, que mostrará a ascensão de Oswald Cobb/Pinguim ao topo da liderança criminosa de Gotham. Além disso, a série demonstra que em nenhum momento ficará à sombra do Batman, possuindo muitos motivos para existir.


Para quem só se importa com números:

Nota- 8/10.


Ficha técnica:

Título de original: The Penguin – 1X01: After Hours

País de Origem: Estados Unidos

Criação: Lauren LeFranc

Roteiro: Lauren LeFranc

Direção: Craig Zobel

Classificação: 16 anos

Duração: 65 min.


Elenco:

Colin Farrell

Cristin Milioti

Rhenzy Feliz

Deirdre O’Connell

Clancy Brown

Carmen Ejogo

Michael Zegen

Berto Colón

James Madio

Joshua Bitton

David H. Holmes

Daniel J. Watts

Ben Cook

Jayme Lawson

Michael Kelly


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