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Crítica:” Shazam! Fúria dos Deuses” (2023)

Atualizado: 23 de mai. de 2023

Um filme que nos deixa furiosos.

Por Igor Biagioni Rodrigues.

Contém spoilers.


Quando escrevi sobre “Homem-Formiga: Quantumania” disse que acreditava que o subgênero de filmes de super-heróis havia se exaurido. Bom, “Shazam! Fúria dos Deuses” veio para confirmar isso. Não estou dizendo que Shazam seria o longa que salvaria esse subgênero ou o destruiria por completo, mas é fato que tirando “The Batman”, nenhum filme realmente decente de heróis foi lançado nos últimos 4 anos.


Mas enfim, vamos falar sobre a película em questão. “Shazam! Fúria dos Deuses” é a continuação do divertidíssimo “Shazam!” (2019). Devido ao fato de Billy ter quebrado o bastão do mago Shazam no final do primeiro longa, a magia foi liberada nesse mundo. Por causa disso, as antigas deusas, as filhas de Atlas, chegam à Terra para pegar de volta a magia que é delas. No meio de tudo isso, Billy Batson está tentando lidar com o fato de que ele e sua família estão crescendo e devem tomar rumos diferentes na vida.


A ideia da trama relacionada às vilãs do filme é bem clichê: novamente vemos seres super poderosos que querem destruir o insignificante planeta Terra e os frágeis humanos. Não que o clichê seja ruim, porém ele depende muito da forma como é utilizado e, aqui, é de forma bem genérica, até no humor. Por exemplo: no primeiro ato, descobrimos que a família Shazam (Ah! Uma observação: Para quem não sabe, o primeiro/verdadeiro nome do personagem Shazam é “Capitão Marvel”, mas por motivos de direitos autorais, há alguns anos o personagem teve o uso de seu nome mudado para “Shazam” e, consequentemente, a Família Marvel também, mas chamá-los de Família Marvel é bem melhor, não é?) já são heróis há algum tempo, entretanto são um fracasso nisso e são apelidados de “fiascos da Filadélfia”.

Na primeira cena heroica da família vemos que os heróis, apesar de terem salvado todas as pessoas, não conseguiram impedir a queda de uma ponte. A gag (piada) que acontece devido a isso é a seguinte: Shazam diz que eles são super-heróis e não podem deixar a ponte cair, a cena tem um corte para uma notícia no jornal falando que os heróis destruíram a ponte. Além de extremamente previsível, esse estilo cômico está presente diversas vezes no filme e é repetido a exaustão. Outro aspecto negativo é que não existe uma diferenciação entre os membros da família Shazam, exceto pelo personagem principal, os outros são tão parecidos que às vezes você acaba não sabendo (ou pior) se importando com quem é quem. No primeiro filme, toda família é trabalhada, alguns mais e outros menos, mas você aprende sobre a personalidade de cada um e como isso afeta seus poderes. Aqui, são simplesmente seis seres super poderosos totalmente sem personalidade realmente insignificantes.


Nem só de coisas ruins vive o segundo longa do Capitão Marvel original. Freddy Freeman carrega o filme nas costas. Em “Shazam!” (2019) o personagem já era o mais carismático e nessa sequência, ele puxa toda história para si. Jack Dylan Grazer entrega novamente um ótimo Freddy, diferentemente de Asher Angel, que quase não aprece no filme, acredito que pelo fato do garoto ter crescido demais e já ser um jovem adulto, quiseram deixar a imagem de Billy um pouco mais de lado e focar no Shazam de Zachary Levi. No entanto, desta vez o personagem está insuportável. E gostaria de destacar as vilãs Hespera (Helen Mirren) e Kalypso (Lucy Liu), que são ótimas atrizes desperdiçadas nesse filme.


Voltando à narrativa, no terceiro ato, quando monstros são espalhados pela cidade, notamos que tal acontecimento não possui funcionalidade nenhuma além de fazer uma grande piada com unicórnios que havia sido plantada no início do longa. O CGI até que é decente em algumas partes (levando em conta que foi um filme de orçamento no entorno de 100 milhões de dólares), mas não se sustenta por todo o filme.


Antes que digam “Nossa, mas você não quer que um filme de um super-herói criança, voltado para família seja cômico?”, o primeiro filme do Shazam possui um estilo mais infantojuvenil que combina muito bem com o personagem e é engraçado, contudo ele não vive só da comicidade e trabalha partes dramáticas (como o abandono do Billy por sua mãe) muito bem. Nessa sequência, a base dramática do filme é interessante. Foi muito bem pensado fazer um filme sobre mudanças na família, pois os atores cresceram e os personagens também. Além disso, era inteligente lidar com isso no longa, mas essa situação fica em segundo plano, porque a película se preocupa mais em fazer piadas irrelevantes com seus personagens ou com outras propriedades intelectuais da Warner.


Fora o humor excessivo e banal, e a péssima trilha sonora (“Holding out for a Hero”, sério mesmo?) o longa conta com a participação especial da Mulher-Maravilha que funciona como um Deus ex machina (esse termo é utilizado para falar de situações mirabolantes que acontecem em uma história) para resolver a morte do Shazam. Que cá entre nós, apesar de nada surpreendente, daria um bom final para o personagem e seus amigos/familiares para encerrar suas participações pelos filmes da DC pré DCU de James Gunn e Peter Safran, todavia as cenas pós-créditos indicam outra coisa.



Em suma, “Shazam! Fúria dos Deuses” é um filme que deveria ser sobre e para família, mas não agrada com sua história, possui um humor saturado e repetitivo e afoga ainda mais o subgênero dos filmes de super-heróis.


Para quem só se importa com números:

Nota-5/10.


Ficha Técnica:

Título Original: Shazam! Fury of the Gods.

País de Origem: Estados Unidos.

Roteiro: Henry Gayden e Chris Morgan.

Direção: David F. Sandberg

Duração: 130 min.

Classificação: 12 anos.


Elenco:

Zachary Levi como Shazam.

Asher Angel como Billy Batson.

Jack Dylan Grazer como Freddy Freeman.

Rachel Zegler como Anthea.

Adam Brody como Freddy Freeman.

Ross Butler como Eugene Choi.

D.J. Cotrona como Pedro Peña.

Grace Caroline Currey como Mary Shazam.

Meagan Good como Darla Dudley.

Lucy Liu como Calipso.

Helen Mirren como Hespera.

Djimon Hounsou como Mago Shazam.

Marta Milans como Rosa Vasquez.

Cooper Andrews como Victor Vasquez.

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