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Crítica: "Wicked" (2024)

  • Foto do escritor: Igor Biagioni Rodrigues
    Igor Biagioni Rodrigues
  • 21 de fev.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 21 de fev.

Uma grata surpresa!

Por Igor Biagioni Rodrigues

"Wicked"- Universal/Divulgação
"Wicked"- Universal/Divulgação

Confesso que fui assistir Wicked sem muitas expectativas e, para ser sincero, fui surpreendido positivamente. O filme é uma adaptação do musical homônimo de 2003 da Broadway e do livro de 1995, escrito por Gregory Maguire. O longa conta a história de Elphaba (Cynthia Erivo), uma garota que sempre foi alvo de preconceito e rejeição por causa do tom verde de sua pele. Ao entrar na Universidade de Shiz para acompanhar sua irmã Nessarose (Marissa Bode), acaba formando uma amizade inesperada com Galinda (Ariana Grande), enquanto tenta controlar seus poderes treinando com a Reitora de Feitiçaria, Madame Morrible (Michelle Yeoh), na esperança de poder encontrar o Mágico de Oz para que ele mude a cor de sua pele. Porém, acontecimentos estranhos nesse mundo mágico podem colocar tudo a perder.


Havia uma certa dúvida em relação ao projeto, devido a dois fatores: a mudança de diretor, após a saída de Stephen Daldry, depois de o estúdio passar dez anos produzindo o filme, e as adaptações recentes de musicais feitas pela Universal, mais especificamente Cats. Porém, com o roteiro de Dana Fox e Winnie Holzman, a direção assumida por Jon M. Chu encontra forças para entregar um trabalho surpreendente.


Vale ressaltar que grande parte da qualidade do filme também se deve ao casting extremamente certeiro de Cynthia Erivo como Elphaba e Ariana Grande como Glinda. Erivo entrega uma atuação cativante nessa visão revisionista da Bruxa Má do Oeste. A atriz traz uma performance leve e contida em certos momentos, mas extremamente forte quando o drama das situações exige, sendo convincente na representação de seus sentimentos em relação à discriminação que sofre, ao sentimento de culpa em relação à irmã, ao desprezo do pai e à compaixão e empatia pelo Dr. Dillamond (Peter Dinklage), um bode que leciona história e é um dos últimos docentes animais da faculdade. Mas é principalmente na sua improvável amizade com Glinda que vemos o brilho de sua atuação. Ariana Grande, por sua vez, possui um timing cômico impagável, o que não é surpresa para quem acompanhou seu trabalho nas séries da Nickelodeon, como em Brilhante Victoria, por exemplo. Ambas entregam um desempenho impecável nas músicas, sendo What Is This Feeling? a melhor, na humilde opinião deste que vos escreve.

"Wicked"/Universal/Divulgação
"Wicked"/Universal/Divulgação

As coreografias musicais, o figurino e a maquiagem demonstram a qualidade elevada da direção de arte, e os cenários práticos, como o da biblioteca, são encantadores. No entanto, a película sofre em relação à fotografia. As cenas em planos abertos, com acréscimo de imagens geradas digitalmente, possuem problemas de iluminação que geram um certo incômodo, mesmo com a interessante ideia do contraste e da dualidade do rosa com o verde (cores das protagonistas). Porém, as ótimas atuações da dupla principal abafam esses problemas técnicos.


O filme, contudo, também apresenta alguns problemas na construção da narrativa. E não me refiro ao elevado número de cenas musicais, mas sim a temáticas e tramas que são apresentadas, mas não possuem um desfecho justamente por este longa ser a “parte um”, deixando-nos aguardando respostas que espero que sejam entregues no futuro. Além disso, o filme parece não saber quando se encerrar e se estende um pouco mais do que deveria. Isso pode até funcionar no teatro, mas o cinema é uma outra linguagem, e a espera de um ano pela continuação, que deve trazer as respostas esperadas, é um pouco desconfortante.


Mas o saldo de Wicked é extremamente positivo, sendo uma grata surpresa e uma ótima adaptação que nos traz uma nova e interessante versão de um mundo mágico extremamente conhecido. Com uma dupla de protagonistas carismática, ótimas atuações, cenas e coreografias musicais bem executadas e uma história com temática atual e intrigante, o filme nos deixa ansiosos para a continuação desse novo clássico musical (cedo demais para afirmar isso?).


Para quem só se importa com números:

Nota- 8/10.


Ficha técnica:

Título original: Wicked

País de origem: Estados Unidos

Roteiristas: Winnie Holzman e Dana Fox, baseado no musical "Wicked: The Untold Story of the Witches of Oz" de Stephen Schwartz e no livro "Wicked: The Life and Times of the Wicked Witch of the West" de Gregory Maguire.

Direção: Jon M. Chu

Classificação: 10 anos.

Duração: 160 min.


Elenco:

Cynthia Erivo como Elphaba

Ariana Grande como Glinda

Jonathan Bailey como Fiyero

Ethan Slater como Boq

Bowen Yang como Pfannee

Marissa Bode como Nessarose

Michelle Yeoh como Madame Morrible

Jeff Goldblum como O Mágico de Oz

Peter Dinklage como Dr. Dillamond


2 Comments


annacmmoraes
Mar 01

Parabéns Igor Biagioni Rodrigues por todas as Críticas, excelentes textos, claros e precisos! Minha filha assistiu esse filme três vezes. Adorou!

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desenhandorecordat
desenhandorecordat
Mar 07
Replying to

Obrigado! "Wicked" é realmente um ótimo filme. A parte dois sairá em novembro desse ano, também estamos ansiosos!

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