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Crítica: Vingadores por Kurt Busiek e George Pérez

Atualizado: 18 de set. de 2022

Avante, Vingadores!


Por: Iuri Biagioni Rodrigues


(Capa dupla de Avengers Vol.3 #1 por George Pérez - 1998)


A presente crítica aborda as histórias do 3º volume dos Heróis Mais

Poderosos da Terra, lançadas entre 1998 – 2000, escritas por Kurt Busiek,

desenhadas por George Pérez, arte finalizadas por Al Wey (e vários outros) e

colorizadas por Tom Smith.


Antes de adentrar na análise das histórias propriamente ditas, é necessário

fazer um breve resumo histórico. Então, vamos lá! Os Vingadores foram criados em

1963 pela lendária dupla Stan Lee e Jack Kirby. Em sua primeira aparição, a equipe

era formada por Homem de Ferro, Thor, Hulk, Homem-Formiga e Vespa (foi ela

quem batizou o grupo de Vingadores). Hulk deixa a equipe nas primeiras aventuras

e, na edição 4, o Capitão América entra para o time de super heróis.


Com o passar dos anos, a formação dos Vingadores foi mudando e diversos

heróis da Marvel fizeram parte da superequipe. Várias equipes criativas de

quadrinistas passaram pela revista desses heróis e, no geral, sempre criaram boas e

ótimas histórias. No entanto, em meados da década de 1990, a coisa não ia muito

bem.


A Marvel estava em grave crise financeira tanto que precisou vender os

direitos de adaptações de seus principais personagens como Homem-Aranha, X-

Men e o Quarteto Fantástico. Além disso, de uma maneira geral, a qualidade das

histórias não era das melhores. No caso dos Vingadores, a Vespa estava

transformada em inseto (era literalmente uma vespa com características humanas),

Thor tinha um visual bem esquisito, Homem de Ferro tinha sido substituído por uma

versão adolescente de outro universo (chamada de Teen Tony) e por aí vai.


Assim, a Marvel criou a saga Massacre na qual seus diversos heróis precisam

enfrentar o vilão Massacre que surge da união das mentes do mentes do Professor

Xavier e de Magneto. Após uma difícil batalha com esse inimigo, muitos heróis

desaparecem, inclusive os Vingadores. Eles foram dados como mortos, mas, na

verdade, foram parar em um universo paralelo criado por Franklin Richards (o filho

da Mulher Invisível e do Sr. Fantástico) ...


Era o início do evento Heróis Renascem que foi um fracasso nas vendas e

não agradou ninguém. No caso dos Vingadores, as revistas desse selo duraram

apenas 13 edições.


Agora, finalmente entramos nos arcos que serão analisados nesta crítica!

Após a tragédia de Heróis Renascem, a Marvel incumbiu a dupla Kurt Busiek e

George Pérez de retomar os Vingadores. E, já adiantando, a dupla não

decepcionou! Eles criaram ótimas histórias e devolveram Os Heróis Mais Poderosos

da Terra ao seu antigo esplendor.


No primeiro arco de histórias, intitulado “Uma vez vingador...”, a equipe

criativa traz a união de diversos heróis que já fizeram parte dos Vingadores para

enfrentar a ameaça de Morgana. Após a vitória, a equipe estava com 39 membros,

ou seja, precisava ser reduzida. Assim, os membros fundadores se juntam e

decidem quem serão os heróis que vão compor as novas fileiras do time. O

resultado final é o seguinte: Capitão América, Homem de Ferro, Thor, Gavião

Arqueiro, Warbird (Carol Danvers, a antiga Miss Marvel e atual Capitã Marvel), Visão

e os novatos Justiça e Flama. (inicialmente como membros reservas, mas que logo

entram como efetivos).



(Fera questionando a alta quantidade de membros na equipe - por Kurt Busiek e George Pérez)



Na sequência, a dupla trouxe diversos inimigos clássicos dos Vingadores

como o Esquadrão Supremo, os Krees, Ceifador, Gangue da Demolição, Ultron,

Madame Máscara e Conde Nefária. Além disso, vilões como Imus Champion (o

Campeão) e Moses Magnum que não são muito conhecidos também têm um certo

destaque. Mas não é só de glórias do passado que vivem Busiek e Pérez: eles

também criaram novos inimigos como o Pagão, Lorde Templar, o feiticeiro Kulan

Gath e um novo herói, o Triatlo.


Uma outra coisa que merece destaque é que, ao longo das edições, diversos

ex-integrantes dos Vingadores aparecem para ajudar os membros ativos como é o

caso de Fera, Cavaleiro Negro, Mercúrio, Fóton (a antiga Capitã Marvel Monica Rambeau), Gigante (Hank Pym), Vespa, Pantera Negra, Mulher Hulk, Hércules,

Homem-Aranha, entre outros.


Durante toda essa fase, vemos excelentes construções de personagens e

ótimos diálogos. Aqui, gostaria de destacar alguns exemplos:


A Feiticeira Escarlate recebe uma ótima valorização, pois tem o protagonismo

do primeiro arco, tem uma ampliação de poderes (ela traz até o Magnum de volta

dos mortos!), suas origens são revisadas e complementadas, ela lidera a equipe na

ausência do Capitão América e do Homem de Ferro, lida com os problemas e

consequências do fim de seu casamento com o Visão e de seu interesse romântico em

Magnum e, ainda, tem tempo para dançar no bar!


(Feiticeira Escarlate vs. Morgana Le Fey - por Kurt Busiek e George Pérez)


O Visão tem um aprofundamento psicológico muito bom. Ele passa a refletir

sobre quem é, seu passado com o Ultron e até que ponto suas ações, gostos e

pensamentos são realmente seus, visto que foi criado a partir dos padrões cerebrais

de Simon Willians, o Magnum (que também é bem trabalhado pelo roteirista).


O Capitão América é retratado com o seu clássico espírito de liderança, mas

vemos como ele lida com as pressões de ser líder, de tomar decisões, receber

críticas do público e da imprensa e com as consequências de suas atitudes.


A Warbird (Carol Danvers) tem um dos arcos mais delicados, porque tem que lidar

com alcoolismo (o que a fez sair da equipe e causar inúmeros incidentes tentando

provar seu valor como Vingadora) e também com a perda de memória.


O jovem Justiça é gente como a gente, pois é um fã desses heróis. Então, quando ele se vê trabalhando com seus maiores ídolos, passa a ter problemas de insegurança, falta de confiança e começa a se cobrar demais, algo que viria a lhe custar caro.


Dentre os diversos arcos desenvolvidos pela dupla Busiek e Pérez, “Ultron

Ilimitado” (ou A Vingança de Ultron dependendo da tradução), que está nas edições

19 a 22, é sem dúvida nenhuma, o melhor de todos! Nele, nós vemos um Ultron

extremamente poderoso, sanguinário e pronto para extinguir a raça humana,

substituindo-a por seres artificiais. Seu plano e suas motivações são muito bem

explicados pelo inteligente roteiro de Busiek.




(Vingadores vs. Ultron num show de George Pérez)



Na trama, o auspicioso robô ataca, destrói e mata todos os habitantes do país

fictício chamado Eslorênia (qualquer semelhança com Sokovia do MCU não é

coincidência!). É nesta nação devastada que ocorre o épico conflito entre os heróis,

Ultron e suas diversas versões. Nestes momentos, a arte de George Peréz é um

desbunde. Aqui, também vemos a essência dos Vingadores: eles nunca desistem!

Não importa o poder do inimigo ou a dificuldade da situação, os Vingadores sempre

vão se levantar para superar as ameaças e as adversidades. Essa característica da

equipe é percebida em toda a fase de Busiek e Pérez, porém é nesse arco que ela

fica mais evidente.



(Vingadores vs. Ultron por Kurt Busiek e George Pérez)



Concluindo, Vingadores de Kurt Busiek e George Peréz tem tudo que ótimas

histórias de super heróis precisam: diversão, roteiro ágil e inteligente, ótimas

construções de personagens, vilões bem trabalhados, bons diálogos (méritos do

roteiro de Busiek), confrontos épicos, ótimas cenas de ação, dinâmica e movimento

nas páginas e cenas detalhadas (méritos para o desenho de Pérez que é muito

detalhado, bonito e cheio de movimento. Além disso, o desenhista faz ótimos

designs de página e enquadramentos inteligentes). A arte-final de Al Wey e Bob

Wiacek e as belas cores de Tom Smith também merecem ser destacadas. Em

algumas edições, temos quadrinistas convidados como Jerry Ordway, Carlos

Pacheco, Stuart Immonen, Leonardo Manco, entre outros.




(Vingadores e Thunderbolts vs. Conde Nefária - por Kurt Busiek e um desbunde na arte de George Pérez)



Então, se você quer iniciar sua leitura dos Vingadores, conhecer mais sobre a

equipe ou relembrar os bons momentos dela, pode escolher essas histórias, porque

você não vai se arrepender!


Para quem só se importa com números:

8/10


Prêmios vencidos por Vingadores:

Eisner 1999: Melhor roteirista

Eagle award 2000: desenhista favorito

Comics Buyer's Guide Fan Awards 1998: roteirista, desenhista, arte-finalista favorito

Comics Buyer's Guide Fan Awards1998: quadrinho favorito

Comics Buyer's Guide Fan Awards 1999 e 2000: desenhista e arte-finalista favorito


Dados da HQ:

Roteiro: Kurt Busiek, Len Kaminsky (Vingadores Anual 1998), Jerry Ordway

(edições 16-18), John Francis Moore (Vingadores anual 1999),


Desenhos: George Pérez, Carlos Pacheco (Vingadores Anual 1998), Jerry Ordway

(edições 16-18), Leonardo Manco (Vingadores anual 1999), Stuart Immonen

(Vingadores 0 e 26), Paul Ryan (com George Pérez nas edições 32 e 33),

Arte-final: AL wey com Boab Wiacek (edições 4,6,11 e 12), Scott Koblish (edições

13 e 15), Al Gordon (edições 16 e 17), Jerry Ordway (edição 18. Pág. 16-21),

George Pérez (edição 18. Pág. 22) e Wade Von Grawbadger (Vingadores 0 e 26) e

Scott Hanna (edição 30).


Cores: Tom Smith


Editora original: Marvel


Editora no Brasil: Salvat – Coleção Marvel Edição Especial limitada em 3 volumes


Ano de publicação original:1998 – 2000


Tradução e adaptação: Klaus Schatten, Ben Santana e Paulo Cecconi (volume 1

da Salvat) / Sérgio Codespoti e Mario Luiz C. Barroso (volume 2 da Salvat) / Paulo

Cecconi, Sérgio Miranda, Jotapê Martins, Mario Luiz C. Barroso, Marcelo Soares e

Marcelo Araujo (volume 3 da Salvat)


Editor: Roberto Valentino








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